Pesquisas ainda não mostram quem será o nosso próximo presidente.

Faltando 10 meses para as eleições presidenciais de 2018, as pesquisas eleitorais começam a aparecer. Como trabalho com esse nicho há 25 anos, decidi analisar o que os eleitores estão esperando para o ano que vem. Minha empresa, que é especializada em pesquisas, ouviu 2.500 pessoas no mês de novembro, de 153 municípios de todos os Estados e Distrito Federal. 

Os dados coletados num dos cenários estimulados mostraram que o ex-presidente Lula aparece na liderança, com 24%, seguido pelo deputado federal Jair Bolsonaro (16%). Marina Silva está com 9%, Geraldo Alckmin 6%, Ciro Gomes (5%); e, em sexto, Álvaro Dias (3%); outros (2%). Mas o que mais chama a atenção são os 35% de eleitores que se dizem indecisos ou que votariam nulo ou em branco. A margem de erro é de 2,2%, para mais ou para menos.

O grande volume de pessoas que não sabem em quem votar, ou que não querem votar nos candidatos que estão na disputa, revela algumas verdades. Os eleitores ainda não conhecem as propostas, o que é compreensível, já que ainda não há campanha eleitoral. Outra coisa: a avalanche de notícias envolvendo corrupção na política contribuiu, e contribui, para que os eleitores fiquem receosos quanto ao destino do seu voto. 

No geral, quem não se decidiu, ou quer votar em branco ou anular o voto, vai escolher seu candidato assim que encontrar uma proposta para confiar. Isso significa que os cidadãos continuam votando guiados por suas expectativas, em políticos que ofereçam a eles uma qualidade de vida, focando no futuro. 

Por isso que digo: nada está decidido. Então, quem se arrisca a dizer quem será o nosso próximo presidente? O Bolsonoro tem um discurso de extrema direita, enquanto o do Lula é de esquerda. Alckmin, mesmo sendo de um partido direitista, não tem o mesmo discurso do Bolsonaro e acaba atraindo outro tipo de eleitorado. 

Até agora a pesquisa não trouxe nenhuma surpresa e é impossível prever quem comandará o nosso País. Está na frente quem aparecendo mais. Os grupos que já têm uma tendência a um desses lados, provavelmente já escolheram seus votos. Pode ser que um deles desista, ou apareça outro candidato, enfim, as discussões neste momento só servem para aproximar investidores e interessados em tais grupos. 

Peterson de Abreu é diretor da Abcop (Associação Brasileira de Consultores Políticos), presidente do IPEP - Instituto de Pesquisas e da ABR Inteligência. Consultor de marketing e pesquisas. Participou de mais de 400 campanhas eleitorais de diversas cidades de todos os Estados brasileiros e fora do Brasil.